A história dos últimos 10 anos na Educação é, sem margem para dúvidas, uma história de sucessos. Não faltam indicadores para o confirmar: a taxa real de escolarização aumentou, a escolaridade da população jovem é muitíssimo superior ao que era, a pré-escolarização alargou-se, o abandono escolar precoce caiu a pique, a rede de escolas ajustou-se às necessidades do país, os desempenhos dos alunos portugueses nas avaliações internacionais melhoraram sistematicamente e as taxas de retenção estão mais baixas.
A outra face desta história de sucessos é a quantidade de desafios de resposta cada vez mais urgente que se vão amontoando. Não são poucos: fazer face à evolução demográfica na composição da rede de oferta formativa, introduzir crescente autonomia nas escolas, alargar a pré-escolarização a mais crianças e durante mais tempo, prosseguir na redução do abandono escolar, salvaguardar a qualidade das aprendizagens e gerir os recursos humanos (escassos) para todos estes desafios.
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Os professores estão no centro do sistema educativo e são a peça central para o sucesso das reformas educativas em curso. Isso é particularmente evidente no que respeita ao reforço da autonomia das escolas, que exige tempo de planeamento aos professores e que dificilmente poderá ser bem-sucedida com profissionais cansados e sobrecarregados. Há, portanto, que atenuar a pressão de que são alvo e preparar a sucessão (pois uma parte significativa irá em breve para a reforma): nos próximos 10 anos, o que de bom e mau acontecer na educação terá muito a ver com a forma encontrada pelo Estado para lidar com as necessidades profissionais dos professores.
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