sexta-feira, 25 de maio de 2018

Regresso sem Fim - Eduardo Lourenço

O documentário "Regresso sem Fim" de Anabela Saint-Maurice viaja das origens, às reflexões e obra de um dos maiores pensadores do século XX, Eduardo Lourenço.


quinta-feira, 24 de maio de 2018

A depressão dos professores

Vale a pena ler a opinião de Carmo Machado, publicada na revista Visão.

"Deparamo-nos por essas escolas do país, com colegas que arrastam pelos corredores a sua precariedade gritante. E nós, os que ainda possuímos alguma sanidade, nada podemos fazer.

Todos conhecerão, nas suas escolas, um ou mais casos de colegas que, em situações de desequilíbrio emocional, insistem em manter-se ao serviço e cumprir com as suas obrigações profissionais, convictos de que o que estão a fazer é o melhor para si e para a escola. Alguns não querem faltar para não prejudicar os alunos, outros não têm noção do estado em que se encontram, outros ainda não saberiam mesmo o que fazer se tivessem de ficar em casa. E assim, deparamo-nos por essas escolas do país, com colegas que arrastam pelos corredores a sua precariedade gritante. E nós, os que ainda possuímos alguma sanidade, nada podemos fazer.

Não há como escapar a este flagelo. Todos os dias sou confrontada com situações angustiantes de colegas em sofrimento e não consigo, por mais que tente, ficar indiferente. É mesmo impossível ignorar a colega que literalmente, num passo arrastado, caminha como um autómato para a sala de aula onde, numa luta desigual, terá de enfrentar um grupo cruel de trinta adversários que, à mínima oportunidade, transformarão a aula numa batalha campal, derramando pelo chão os últimos restos de uma dignidade há muito perdida".

terça-feira, 22 de maio de 2018

Acabou o tempo dos compromissos com o ME

Professores exigiram respeito na manifestação em Lisboa. Reivindicam a contagem integral do tempo de serviço congelado e um novo regime de aposentação. A 4 de junho, há reunião com o ministro. Se não houver cedências, um novo protesto poderá agitar a época de exames.

Milhares de professores de todo o país, e terão sido mais de 50 mil pelas contas dos sindicatos, concentraram-se na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, e desceram a Avenida da Liberdade, no último sábado. Os docentes descontentes voltaram a sair à rua para exigir respeito. Querem que o tempo descongelado, e efetivamente contado para progressão na carreira, seja nove anos, quatro meses e dois dias. Querem um regime especial de aposentação ao fim de 36 anos de serviço. Querem que os horários de trabalho sejam revistos para que se esclareça o que é componente letiva e não letiva. Querem medidas que combatam o desgaste provocado pela profissão. As mensagens de insatisfação estiveram estampadas em cartazes, folhetos, camisolas. Reivindicações antigas numa nova manifestação. 

Reduzir o número de alunos por turma, melhorar as condições de trabalho, garantir estabilidade e segurança na profissão são outros assuntos que as estruturas sindicais querem que a tutela olhe com mais atenção. João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), voltou a criticar as “políticas de desvalorização”, a lembrar que os professores exigem reconhecimento e respeito, e avisou o ministro que “não chega dizer que a escola é a sua paixão”. “Nós somos a escola, nós construímos a escola”, referiu. 

Dias da Silva garante que os professores não estão a dormir e que defenderão os seus direitos. “E o que é que o Governo quer fazer? Quer inventar uma fórmula que transforma os nove anos, quatro meses e dois dias em dois anos, 10 meses e 18 dias. Isto não é uma questão de ilusionismo, isto não é uma questão do faz de conta”, afirma, avisando que os professores não estão disponíveis para “aceitar um poucochinho daquilo” a que têm direito. 

domingo, 20 de maio de 2018

50.000 professores em Lisboa


Estive, ontem, entre os 50.000 em Lisboa para demonstrar o sentimento de revolta que reina entre os professores, estamos a defender a nossa profissão, estamos a defender a escola.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

domingo, 6 de maio de 2018

Dia da Mãe

Canção para a Minha Mãe

E sem um gesto, sem um não, partias! 
Assim a luz eterna se extinguia! 
Sem um adeus, sequer, te despedias, 
Atraiçoando a fé que nos unia! 

Terra lavrada e quente, 
Regaço de um poeta criador, 
Ias-te embora antes do sol poente, 
Triste como semente sem calor! 

Ias, resignada, apodrecer 
À sombra das roseiras outonais! 
Cor da alegria, cântico a nascer, 
Trocavas por ciprestes pinheirais! 

Miguel Torga, in 'Diário (1946)' 

Os estudantes de hoje são mais curiosos...

Alberto M. Carvalho 
Saiu de Portugal aos 17, sozinho, em busca do sonho americano, mas primeiro viveu um pesadelo. Hoje, a sua história inspira muitos dos 500 mil alunos de Miami, onde ocupa o cargo de superintendente das escolas públicas, uma espécie de ministro regional da Educação, desde 2008. E conseguiu colocar Miami a competir pelos melhores resultados escolares do país. Não hesita nas críticas a Trump, nem foge às questões sobre o seu futuro político. A sua alma, essa, continua a ser portuguesa.



Os estudantes de hoje são menos curiosos porque o conhecimento está a um clique de distância? 
Nem pensar! Tenho uma filha com 25 anos e ela está mais consciente a nível social, emocional e político do que a minha geração alguma vez esteve. Os jovens de hoje são intelectualmente superiores, controlam um maior corpo de conhecimento e têm uma ferramenta de pesquisa muito melhor do que as do passado. Era fácil mentirem-me quando era miúdo, experimente mentir a um miúdo hoje… Ele irá confirmar a informação na internet e chamar-lhe mentirosa. Tal como fizeram os miúdos de Parkland, eles são ousados, inteligentes e também muito conscientes. Não subestimemos a voz dos jovens.