quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O Papel da biblioteca escolar


O Semeador

Mas todo o semeador
Semeia contra o presente.
Semeia como vidente
A seara do futuro
Sem saber se o chão é duro
E lhe recebe a semente.

Miguel Torga

O Programa Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) nasceu da parceria Ministério da Educação e Ministério da Cultura em 1996, tendo como objectivo instalar bibliotecas escolares nas escolas de todas os níveis de ensino.
A biblioteca escolar nasceu como um centro de recursos e espaço inovador de aprendizagem no interior da escola e capaz de acompanhar a “Sociedade da Informação”.
Lançadas as raízes, vejamos qual é, afinal, o papel da biblioteca escolar?
a) A biblioteca escolar é um espaço educativo, um centro de recursos educativos ao serviço da comunidade educativa.
b) A biblioteca escolar está integrada no projecto educativo e no projecto curricular de escola e deve proporcionar métodos activos no processo ensino/aprendizagem e contribuir para a autonomia do aluno no processo de aprendizagem.
c) A biblioteca escolar deve contribuir para o cumprimento de todos os objectivos educativos: ensino transversal; igualdade de oportunidades; acesso à cultura em igualdade de condições; promoção da leitura, etc.
d) A biblioteca escolar deve estar integrada na estrutura da escola, dispor de espaço próprio, de pessoal com formação adequada e de ter todos os recursos necessários para o cumprimento das suas funções.
e) A biblioteca escolar tem uma série de funções educativas que contribuem para a formação integral do utilizador: promoção da leitura em diferentes suportes e linguagens; formação em instrumentos de busca, recuperação e transmissão de informação; promoção da criatividade; educação para o ócio e lazer; informação e orientação.
Assim, compreendemos que a biblioteca escolar, integradora de meios tecnológicos, plural nos seus fundos e nas suas fontes, socializadora e socializante, é um lugar para ensinar a ler de forma compreensiva. Logo é um lugar onde se pode transformar a informação em conhecimento.
f) A biblioteca escolar tem de ensinar a ler de forma compreensiva em todos os suportes e em todas as linguagens: texto narrativo e poético; expositivo e informativo de uma enciclopédia ou de uma página web; a imagem de um vídeo, dvd ou de um diapositivo; a informação de um atlas ou de um mapa mural. Cada um destes textos tem uma estrutura diferente e própria, no entanto todos eles são necessários para informar e formar o utilizador de qualquer tempo.
g) A biblioteca escolar amplia opções, pontos de vista, ideias e metodologias. Contribui, assim, para a mistura adequada do despertar do sentido crítico, tão necessário para combater a manipulação da informação do mundo actual.
h) A biblioteca escolar permite o contacto com a cultura contextualizada. Oferece livros e fontes da vida real: novelas, ensaios, poemas, enciclopédias, teatro, dicionários atlas, vídeos, cds, dvds, revistas, jornais, Internet, etc.
i) A biblioteca escolar cria menos dependência. Está ao serviço dos docentes e permite-lhes maior poder de decisão e diversificação de critérios. No fundo concede-lhes a liberdade que o professor deve dar aos seus alunos.
j) A biblioteca escolar é essencial para a criação de uma leitura compreensiva e profunda: i) a animação da leitura: procura tornar a leitura mais agradável, desperta o gosto pela leitura, estabelece uma relação de afectividade com os livros; ii) usa a informação para formar utilizadores: incita os alunos a tornarem-se utilizadores e críticos da biblioteca, tornando-os conhecedores e utilizadores dos diferentes tipos de informação, levando-os a localizar a informação na biblioteca e nos documentos e a converter a informação em conhecimento.
iii) o uso da informação: cria uma biblioteca virtual levando os utilizadores a colocarem as suas produções em formato electrónico, por exemplo na intranet ou no blogue da biblioteca.
Terminamos com esta esperança: a escola de hoje e de amanhã precisa de uma biblioteca como fonte de leitura e de informação, como lugar de formação de indivíduos capazes de enfrentar a avalanche quotidiana de estímulos informativos e deformativos que recebem. Quer acreditemos ou não, a leitura compreensiva continua a ser o único caminho para conhecer melhor o mundo.

Nota: Este texto foi construído tendo por base um artigo de Francis Soto Alfaro publicado na revista TK, nº18, Dezembro 2006

1 comentário:

Hélder Filipe Azevedo disse...

concordo plenamente!

Ocular, não deixe de ir visitar o meu blog. Espero que goste!

http:\\acasadospensadores.blogspot.com