Li e gostei. Viajar com Zé Fernandes e Jacinto foi uma verdadeira aventura, conhecer Paris, Tormes, Guiães e outras terras. Fica este conhecimento de um Portugal queirosiano.
Romance editado postumamente, em 1901, sem que tenha sido integralmente revisto pelo autor, onde Eça de Queirós, desenvolve temáticas e estratégias já aplicadas no conto "Civilização", de 1892. A obra apresenta a evolução do protagonista, Jacinto, indivíduo de extração social elevada e extremamente rico, que, tendo vivido uma existência de tédio em Paris, apesar de rodeado por todo o conforto e por todo o tipo de inovações técnicas, se fixa na sua propriedade rural de Tormes, na serra portuguesa, encontrando aí o equilíbrio e a felicidade. Este percurso de regresso às origens assume várias conotações simbólicas e ideológicas, que têm sido amplamente relevadas e discutidas: a oposição cidade-campo; a dicotomia nacionalismo-cosmopolitismo ou francesismo; a discussão entre valores tradicionais e valores modernos (o que justificou a apropriação do romance por parte das correntes neorromânticas, que o interpretaram como um incentivo ao reaportuguesamento).
Sem comentários:
Enviar um comentário