* José Matias Alves
Como se sabe, há vários conceitos, tipos e perfis de liderança. Nas organizações escolares é relativamente consensual a vantagem da existência de uma liderança transformacional, servidora e inspiradora, que combata a ameaça da balcanização, da desconexão, da articulação débil e as múltiplas forças centrífugas.
Mas nas escolas também podem existir lideranças tóxicas. As lideranças tóxicas podem seguir o seguinte padrão:
i) Centralizam o poder e afirmam-no de várias formas e feitios;
ii) Veem o poder como um fim e não como um meio de criar condições de inovação e mudança;
iii)) Reservam e controlam a informação para saberem mais do que os outros;
iv) Desconfiam das capacidades dos membros da organização e não perdem oportunidades para o evidenciar;
v) Preservam as distâncias e cultivam o cerimonial da subserviência;
vi) Constroem dispositivos de controlo sobre rumores e boatos organizacionais;
vii) Instituem formas tendencialmente vassálicas de relação;
viii) Fundamentam o poder na autoridade legal, com o argumento eu é que sou o diretor;
ix) São permeáveis à prepotência e ao amiguismo, destruindo qualquer hipótese de construção de comunidades educativas;
x) Cumprem as orientações superiores, desvalorizando a legitimidade democrática que as colocou nesse lugar;
xi) Têm dificuldade de escuta, não constroem laços, envenenam relações, semeiam a discórdia.
xii) Ameaçam com a denúncia à tutela ou à inspeção, sempre que alguém pensa e exerce o seu poder de fazer e mobilizar os outros;
xiii) Atemorizam os inovadores para continuarem a prosperar na velha ordem.
As organizações educativas que têm a desgraça de serem “governadas” por este perfil de liderança possuem dificuldades acrescidas de cumprirem bem a sua missão. Resta a esperança de serem poucas. E de o conselho geral não estar refém deste modo de agir.
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