terça-feira, 30 de setembro de 2008

The Shadows - Filme "O Caçador"




Nota: Façam uma pausa esqueçam os atribulados dias passados na escola e ouçam esta delicia.

Uma vida de luta para nada...

Um relato verídico de uma vida a lutar por nada....
Aos meus alunos, aos Pais dos meus alunos, aos professores e a todos os meus concidadãos. Tenho cinquenta e tal anos de idade, trinta e muitos dos quais como docente no ensino secundário e no ensino superior. Fiz a Licenciatura com 16 valores, o Estágio Pedagógico com 18 e um mestrado em Ciências da Educação com Muito Bom. Dediquei a minha vida à Escola Pública. Fui Presidente do Conselho Executivo (dois mandatos), orientador de estágio pedagógico (3 anos), delegado de grupo / coordenador de departamento (dois mandatos), Presidente do Conselho Pedagógico (um mandato) e director de turma durante vários anos. Nos últimos tempos leccionei no ensino superior, com ligação permanente à formação de professores. Desempenhei vários cargos pedagógicos, participei em múltiplos projectos e desenvolvi dois trabalhos de elevado valor científico. Entretanto, regressei ao ensino secundário e à minha escola de origem. Alguns dos antigos colegas, embora mais novos do que eu e com menos tempo de serviço (compraram o tempo, explicaram-me depois) já se tinham reformado. Eu também já tinha idade, mas faltavam-me alguns meses para o tempo necessário quando mudaram as regras do jogo. E como se não bastasse a alteração dessas regras, é aprovado, entretanto, um novo estatuto para a carreira docente. E logo de seguida é aberto o concurso para professores titulares. Um concurso para uma nova categoria onde eu não tinha lugar!Não reunia condições. Mesmo com um Mestrado em Ciências da Educação e sem ter dado uma única falta nos últimos sete anos, o meu curriculum valia, apenas, 93 pontos! Faltavam 2 pontos para o mínimo exigido a quem estivesse no 10º escalão. Com as novas regras, o meu departamento passou a ser coordenado, a partir do presente ano lectivo, por um professor titular. Um professor que está posicionado no 8º escalão. Tem menos 15 anos de serviço do que eu. Foi meu aluno no ensino secundário e, mais tarde, meu estagiário. Fez um bacharelato com média de 10 valores e no estágio pedagógico obteve a classificação de 11 valores. Recentemente concluiu a licenciatura numa estabelecimento de ensino privado, desconhecendo a classificação obtida. É um professor que nunca exerceu qualquer cargo pedagógico, à excepção de director de turma. Nos últimos sete anos deu 84 faltas, algumas das quais para fazer 15 dias de férias na RepúblicaDominicana (o atestado médico que utilizou está arquivado na secretaria da escola, enquanto os bilhetes do avião e a factura do hotel constam de um outro processo localizável). O seu curriculum vale 84 pontos, menos 9 pontos do que o meu. Contudo, este docente foi nomeado professor titular.De acordo com o Senhor Primeiro Ministro e demais membros do seuGoverno, com o apoio do Senhor Presidente da República e, agora, com o apoio dos dirigentes sindicais, este professor está em melhores condições do que eu para integrar ' (...) um corpo de docentes altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade, que assegure em permanência as funções de organização das escolas para a promoção do sucesso educativo, a prevenção do abandono escolar e a melhoria da qualidade das aprendizagens.' A conclusão, embora absurda, é clara: se eu estivesse apenas no 9ºescalão, e com os mesmos pontos, seria considerado um docente altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade. Como estou no 10º escalão, e não atingindo os 95 pontos,eu já não sou nada. Isto é o resultado de uma selecção feita com base na '(...) aplicaçãode uma grelha de critérios objectivos, observáveis e quantificáveis, com ponderações que permitam distinguir as experiências profissionaismais relevantes (...)[onde se procurou] reduzir ao mínimo as margens de subjectividade e de discricionariedade na apreciação do currículo dos candidatos, reafirmando-se o objectivo de valorizar e dar prioridade na classificação aos professores que têm dado provas de maior disponibilidade para assumir funções de responsabilidade.' É assim que 'reza' o DL 200/2007, de 22 de Maio. Admirável! Agora consta por aí (e por aqui) que aquele professor (coordenador do meu departamento) me irá avaliar...Não, isso não será verdade. Esse professor irá, provavelmente, fazer de conta que avalia, porque só pode avaliar quem sabe, quem for mais competente do que aquele que se pretende avaliar.O título de 'titular' não é, só por si, suficiente. Mesmo que isto seja só para fazer de conta...Conhecidos que são os meus interesses, passo ao principal objectivo desta carta, que é, simplesmente, pedir perdão! Pedir perdão, em primeiro lugar, aos meus alunos. Pedir perdão a todos os Pais dos meus alunos. Pedir perdão porque estou de professor, mas sem me sentir professor. Tal como milhares de colegas, humilhados e desencorajados, sinto-me transformado num funcionário inútil, à espera da aposentação. Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de dignidade. Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de paixão.As minhas aulas eram, outrora, coloridas, vivas e muito participadas. Com acetatos, diaporamas, vídeos, powerpoint, etc. Hoje é, apenas, o giz e o quadro. Só a preto e branco, com alguns cinzentos à mistura. Sinto-me desmotivado, incapaz de me empenhar e de estimular. Receio vir a odiar a sala de aulas e a própria escola. Receio começar a faltar para imitar o professor titular e coordenador do meu departamento (só não irei passar férias para a República Dominicana porque tenho outras prioridades...). Receio que os professores destePaís comecem a fingir que ensinam e a fingir que avaliam. Sim, porque neste país já tudo me parece a fingir.Cumprimentos.(Um professor anónimo e humilhado, tal como milhares de outros professores)
Nota: Es testemunho verídico e verdadeiro que me chegou por e-mail.

Multas nas escolas britânicas

O exemplo britânico. Os pais dos alunos com comportamentos violentos nas escolas britânicas vão passar a ser multados num valor que pode ir até aos 1450 euros. 'As intimidações verbais e físicas não podem continuar a ser toleradas nas nossas escolas, seja quais forem as motivações' sublinhou a Secretária de Estado para as Escolas. Disse também que ' as crianças têm de distinguir o bem e o mal e saber que haverá consequências se ultrapassarem a fronteira'. Acrescentou ainda que 'vão reforçar a autoridade dos professores, dando-lhes confiança e apoio para que tomem atitudes firmes face a todas formas de má conduta por parte dos alunos'. A governante garantiu que 'as novas regras transmitem aos pais uma mensagem bem clara para que percebam que a escola não vai tolerar que eles não assumam as suas responsabilidades em caso de comportamento violento dos seus filhos. Estas medidas serão sustentadas em ordens judiciais para que assumam os seus deveres de pais e em cursos de educação para os pais, com multas que podem chegar às mil libras se não cumprirem as decisões dos tribunais'. O Livro Branco dá ainda aos professores um direito 'claro' de submeter os alunos à disciplina e de usar a força de modo razoável para a obter, se necessário. Em Portugal, como todos sabemos, o panorama é radicalmente diferente. Por cá, continua a vingar a teoria do coitadinho: há que desculpabilizar as crianças até ao limite do possível, pois considera-se que o aluno é intrinsecamente bem formado, o que o leva a assumir comportamentos desviantes são factores externos (contexto social e familiar) que ele coitado não consegue superar. Temos assim que o aluno raramente é penalizado e quando o é, os castigos ficam-se na sua maioria por penas ligeiras, não vá correr-se o risco de o menino/a sofrer traumas que o podem marcar para o resto da vida. As notícias sobre actos de vandalismo, de agressão, de indisciplina e de violência praticados em contexto escolar que, com progressiva frequência vamos conhecendo, deviam merecer da parte de quem tutela a educação, medidas mais enérgicas que infelizmente tardam em chegar.

Nota: Este texto chegou-me por e-mail.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

O Computador Magalhães



Nota: Conheça melhor o famoso computador Magalhães como grande bandeira deste governo. é uma reportagem da RTP.

domingo, 7 de setembro de 2008

Professores em fuga da escola

O texto, que se segue, espelha bem o estado de espírito que reina nas escolas portuguesas e contraria alguma euforia ministerial sobre o sucesso das suas acções. Descobri este texto no portal da educação - educare.pt e é assinado pela psicóloga Adriana Campos. Vale a pena ler com muita atenção:

"É com pesar que vou constatando a fuga de bons professores para a reforma, com muito ainda para dar...
Se, no final do ano lectivo anterior, tivesse sido feito um estudo com o objectivo de avaliar o nível de motivação da classe docente, os resultados seriam assustadores. Mesmo sem fazer nenhum estudo, pelo facto de trabalhar em contexto escolar, há já vários anos, tenho a noção clara de que, do lado da desmotivação, se encontraria a maior parte dos professores. O mais preocupante é que entre os desmotivados, não se encontram apenas os que menos têm dado à escola, mas também e sobretudo excelentes profissionais, que sempre procuraram desempenhar com brio a sua actividade profissional. É com pesar que vou constatando a fuga de bons professores para a reforma, com muito ainda para dar. Os bons profissionais com quem trabalho, que felizmente são muitos, queixam-se essencialmente da burocratização do ensino, que lhe retira tempo para estar com os alunos, do sistema de avaliação que está a ser implementado, da falta de valorização e apoio ao seu trabalho e do excesso de tarefas a desempenhar. Sendo a motivação o motor principal da evolução das organizações, confesso que há motivos sérios para todos nós nos preocuparmos, uma vez que sem motivação é difícil obter bons resultados, seja em que actividade for. Professores desmotivados terão mais dificuldade em oferecer estímulos e incentivos apropriados para tornar a aprendizagem mais eficaz. (...)
A mudança e a crise andam sempre associadas, mas confesso que em todo este processo parecem faltar peças que ajudem os visados a reorganizarem-se. Anda tudo atarantado à espera de mais e mais medidas, que todos antecipam como penalizadoras... Não é possível que, vivendo os professores nesta ansiedade, os alunos não sejam atingidos, por muito bons profissionais que os primeiros sejam.Confesso que ainda não tinha abordado este tema porque gostaria de trazer algo de novo para a discussão. No entanto, à falta de novidades, e porque um novo ano vai começar, pareceu-me importante sublinhar que HÁ EXCELENTES PROFISSIONAIS NAS ESCOLAS, cujo desempenho é indispensável valorizar. Mais ainda, é fundamental os responsáveis pela Educação estudarem a fundo os factores que influenciam a motivação, de forma a ficarem na posse da chave que poderá abrir, sem falsos resultados, o caminho para o sucesso da organização escolar".
Fonte: educare.pt

sábado, 6 de setembro de 2008

Ano novo regras novas para 2008/09

O novo ano lectivo acarreta consigo algumas novidades, então vejamos:

1)Mais professores avaliados;
2)Cartão electrónico nas escolas;
3)Eleição de novos directores;
4)Menos professores por turma no 2.º ciclo;
5) 500 mil portáteis para os alunos do 1.º ciclo;
6) Alterações na mobilidade e colocação de professores declarados.

O novo ano arrancará entre 10 e 15 de Setembro, período estipulado pelo Ministério da Educação (ME) para o arranque do ano lectivo 2008/2009, desde o pré-escolar ao secundário. As aulas terminarão a partir de 9 de Junho de 2009 para os alunos dos 9.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade, enquanto os restantes acabarão o ano a partir de 19 de Junho e o pré-escolar entre 6 e 10 de Julho. As interrupções lectivas estão previstas de 19 de Dezembro de 2008 a 4 de Janeiro de 2009, de 23 a 25 de Fevereiro de 2009 e de 28 de Março a 13 de Abril de 2009.

A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) chamou a atenção para uma aposta na qualidade da Educação, para a melhoria das condições de trabalho e para um mais apertado combate ao insucesso escolar. Em comunicado, a FNE sublinhou que este ano lectivo "deve ser aproveitado para que se produzam mudanças significativas em termos de melhoria da qualidade da Educação em Portugal" e defendeu um reajustamento na dimensão das turmas, de forma a que se adeqúe às "necessidades de desenvolvimento de processos de aprendizagem consistentes". A FNE defendeu que os espaços de trabalho devem ter boas condições, considerando inaceitável que aulas decorram em bibliotecas e cantinas. "O que tem acontecido é que em muitas circunstâncias os professores atendem encarregados de educação em átrios ou em polivalentes, sem o mínimo de condições de dignidade", exemplificou.

No início deste ano o ME:
- oferece um livro a cada um dos 115 mil alunos que entram pela primeira vez na escola;
- patrocina a segunda edição do Prémio Nacional de Professores está em curso e as candidaturas devem ser apresentadas até ao próximo dia 15. Este ano serão atribuídos o Prémio Carreira, o Prémio Integração, o Prémio Inovação e o Prémio Liderança.

Outras mudanças:
- As etapas do processo que dizem respeito ao regime de autonomia e gestão das escolas devem estar terminadas até ao final de Maio de 2009, incluindo a alteração dos regulamentos internos dos estabelecimentos de ensino e a eleição do primeiro director;
- A assembleia de escola deixa de existir e surge um conselho geral, que tem a tarefa de eleger e destituir o director, e é constituído por representantes de professores, alunos, pais e autarquias. Neste conselho geral, estipulou-se que a participação dos trabalhadores docentes e não docentes não pode exceder os 50%;
- O conselho pedagógico mantém-se, só que é designado pelo director. Prevê-se ainda que o período de transição e de adaptação ao novo regime seja assegurado por um conselho geral transitório. Para o ME, esta legislação "visa reforçar a participação das famílias e das comunidades na direcção estratégica dos estabelecimentos de ensino, favorecer a constituição de lideranças fortes e reforçar a autonomia das escolas";
- Trabalho transversal - uma nova distribuição de serviço lectivo para que haja menos professores por turma no 2.º ciclo. O ME pretende "colmatar quer a excessiva disciplinarização da função docente no 2.º ciclo, quer alguns constrangimentos ao nível do cumprimento dos objectivos e das finalidades que presidem à criação das áreas curriculares não disciplinares". A ideia é facilitar o trabalho transversal e cumprir o projecto curricular de turma. "A distribuição do serviço docente, no 2.º ciclo, passa a assegurar, sempre que possível, que cada docente leccione à mesma turma as disciplinas ou áreas disciplinares ou áreas disciplinares relativas ao seu grupo de recrutamento".
- Novas regras para a constituição dos centros de formação de associações de escolas, na linha da formação contínua destinada a professores. Os planos de acção devem basear-se nas reais necessidades de formação, indicar os objectivos a atingir, o público-alvo a abordar, bem como identificar as áreas consideradas prioritárias. Esses planos devem ainda ser objecto de acreditação pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua de Professores. As condições de concretização desses planos são contratualizadas com entidades externas, como instituições de ensino superior e associações profissionais de professores;
- O novo Estatuto do Aluno deverá entrar em pleno durante o ano lectivo. Se o aluno faltar sem justificação à prova de recuperação fica retido, no caso do Ensino Básico, ou excluído da frequência da disciplina, no caso do Secundário. O prazo limite de faltas a partir do qual o aluno é sujeito a medidas correctivas e à realização de uma prova de recuperação, mas só no caso de se tratar exclusivamente de ausências injustificadas, passou entretanto de três para duas semanas, se o aluno estiver no 1.º ciclo; e do triplo para o dobro dos tempos lectivos semanais de uma disciplina, se o estudante frequentar os restantes níveis de ensino. O aluno pode transitar de ano sem comparecer nas aulas, desde que obtenha aprovação na prova de recuperação, não sendo definido qualquer limite para o número de testes a que pode ser sujeito;
- O Plano Tecnológico da Educação (PTE) já avançou com algumas medidas no anterior ano lectivo. O PTE é um programa de modernização tecnológica destinado a todas as escolas do país e que assenta em três eixos de actuação: tecnologia, conteúdos e formação. O principal objectivo é colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados em matéria de modernização tecnológica até 2010. Até lá, os estabelecimentos de ensino serão equipados com 310 mil computadores, nove mil quadros interactivos e 25 mil videoprojectores. Tudo num investimento de cerca de 400 milhões de euros;
- O ME continua a entregar computadores a alunos do 3.º ciclo no âmbito do programa e.escolas e, durante 2009, vai disponibilizar 500 mil portáteis aos alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico, com idades compreendidas entre os seis e os 11 anos;
- Alargou o apoio da Acção Social Escolar quase triplicando o número de alunos abrangido pelo apoio.
Fonte: Educare

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A estratégia do lobo


Comentário: Esta deveria ser a estratégia utilizada pelos professores para "atacar" o ME. Uma estratégia que envolvesse a "alcateia" na sua totalidade e não somente alguns lobos.