sexta-feira, 20 de junho de 2008

A Ministra e as estatísticas

Li no editorial do Público de 19 de Junho que "não precisamos de boas estatísticas, precisamos de bons alunos". A seguir afirma-se "Três anos e meio depois, é cada vez mais claro que uma mulher que se apresentou como grande reformadora do sistema educacional, e que tomou algumas medidas correctas e importantes no início do seu mandato, há muito que passou a funcionar apenas em função do resultados estatísticos que puder apresentar".
Perante estas afirmações apetece-me dizer que a sociedade portuguesa, em geral, apoiou a ministra e não percebeu aquilo que os professores compreenderam desde o início: esta ministra e este governo só queriam estatisticar.
Na verdade temos melhores estatísticas mas não temos, seguramente, melhores alunos. É lamentável que a grande maioria dos opinadores nacionais ( que pouco percebem do sistema educativo ) sempre esteve ao lado da ministra e das suas políticas, agora começam a perceber que tudo não passou de uma magia enganadora.
Uma ministra que se arroga detentora de toda a pedagoia não se lembra da máxima socrática ( não confundir com o outro ) "só sei que nada sei", e muito sabia este filósofo.
Uma ministra que todos os dias pensa em diminuir os professores e a seriedade do seu trabalho - sabe de certeza muito.
Uma ministra que aparenta saber mais do que as associações de professores, sejam elas de Português ou de Matemática e outras - mostra saber muito pouco.
Esta ministra precisa, tal como o seu mentor, em argumentar seriamente o que diz e não em dizer o que não sabe, recorde o princípio socrático.
A. Serip

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