domingo, 25 de maio de 2008

Tempo para dialogar

"Aí estou com os professores, que se queixam muito das alterações sucessivas. Precisamos de serenidade e bom senso, porque as grandes guerras já não se ganham. Há um tempo para dialogar, decidir, unir, para separar, fazer a paz e a guerra. Neste momento é tempo para dialogar".
(Marçal Grilo, na entrevista ao Público, RR e RTP2, 24/05/08).

Nota: Parece que ainda há alguém com bom senso. Os grandes pedagogos da educação em Portugal ( Trio da Educação ), deveriam ouvir aqueles que realmente percebem de educação e não se deixarem conduzir pela vaidade e arrogância ( peneiras temporárias ).

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Onde nasceu o nosso modelo de avaliação

Onde se inspirou o governo português para conceber um modelo de avaliação tão burocrático? A ministra da educação afirma que se inspirou em modelos de avaliação existentes na Inglaterra, Espanha, Holanda e Suécia (Março de 2008). Os professores destes países negam tal afirmação. O modelo que maiores semelhanças tem com o português é o chileno, mas seja mesmo assim menos burocrático.
Estamos pois perante o sistema de avaliação mais burocrático do mundo, e que fomenta o fim do trabalho cooperativo nas escolas. Não admira que ao aperceber-se da gravidade do problema, o próprio ME tenha vindo a apelar para que cada escola simplifique o sistema, criando desta forma uma dispararidade de modelos e de critérios de avaliação no país. Consultar

Avaliação de Professores na Alemanha*
1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola, tal como existia em Portugal.
2. Aulas Assistidas: Acontecem durante o período de formação e depois de 6 em 6 anos. A aula tem a duração de 45 minutos e é assistida pelo chefe da Direcção escolar. Essa assistência tem como objectivo a subida de escalão. Depois de atingido o topo da carreira, acabaram-se as aulas assistidas e não existe mais nenhuma avaliação.

3. Horários dos Professores. Não existe diferença entre horas lectivas e não lectivas. Os horários completos variam entre 25 e 28 horas semanais.

4. Avaliação de Alunos. As reuniões para efeito de avaliação dos alunos têm lugar durante o tempo de funcionamento escolar normal, nunca durante o período de férias. Tanto na Alemanha como na Suíça, França e Luxemburgo, durante os períodos de férias as escolas encontram-se encerradas. Encerradas para todos, alunos, pais, professores e pessoal de Secretaria. Os alunos e os professores têm exactamente o mesmo tempo de férias. Não existe essa dicotomia idiota entre interrupções lectivas, férias, etc.
5. Horários escolares: Nas escolas de Ensino Primário as aulas vão das 8.00 às 13 ou 14 horas. Nos outros níveis começam às 8 .00 ou 8.30 e terminam às 16.00 ou, a partir do 10° ano, às 17.00.

6. Férias: cerca de 80 dias por ano, embora possa haver ligeiras diferenças de Estado para Estado.
7. Máximo de alunos por turma: 22

Avaliação de Professores na Suíça*

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola (Professores do quadro).
2. Aulas Assistidas: Estas aulas só ocorrem durante a formação e para a subida de escalão.

3. Férias. As escolas durante o período de férias estão encerradas. Total de dias de férias: cerca de 72 (pode haver diferenças de cantão para cantão).

4. Os horários escolares: Idênticos aos da Alemanha. Até ao 4° ano de escolaridade, inclusive, não há aulas de tarde às quartas-feiras, e terminam cerca das 11.30.

5. Máxima de alunos por turma: 22.

Avaliação de Professores na Bélgica

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola (Professores do quadro).

2. Aulas Assistidas. As aulas Assistidas só ocorrem quando são solicitadas pela direcção da escola, mas não contam para efeitos de progressão dos docentes.

3. Avaliação das Escolas. A avaliação dos professores está englobada na avaliação das escolas. Avalia-se o trabalho das escolas, e desta forma o trabalho dos professores que nelas exercem a sua actividade.


Avaliação de Professores na Inglaterra e País de Gales**

1. Categorias. Os professores do ensino público estão divididos em função de duas categorias salariais: A Tabela Salarial Principal (dividida em 6 níveis) e a Tabela Salarial Alta (dividida em 3 níveis).
2. Avaliação. A progressão nas tabelas depende dos resultados da avaliação contínua e que envolve o director da escola, o conselho directivo e os "avaliadores de "performance".


Avaliação de Professores na França

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular.

2. Aulas assistidas. As aulas assistidas só ocorrem no mínimo de 4 em 4 anos, a regra é de 6 em 6 anos, e são observadas por um inspector com formação na área do professor. O objectivo destas aulas é essencialmente formativo, tendo em vista ajudar os professores a melhorar as suas práticas lectivas.

3. Progressão na carreira. Para além da antiguidade, são tidos em conta os resultados da observação das aulas e as acções de formação frequentadas pelos professores.

Avaliação dos Professores em Espanha

1.Descentralização. A única legislação nacional que existe sobre avaliação dos professores e sistemas de promoção contemplam apenas o ensino básico. Cada "Comunidade Autonómica" estabelece os seus próprios critérios para a progressão dos professores.
3. Avaliação. Embora não existam progressões automáticas, na maioria dos casos as mesmas são feitas com base na antiguidade.

Avaliação de Professores nos EUA**

1. Descentralização. Cada um dos 13 mil distritos escolares tem os seus próprios critérios de recrutamento, de carreira, avaliação de desempenho, promoção ou de pagamento.
2. Avaliação. Não existe um sistema único de avaliação. Nos distritos onde existe avaliação, esta pode ser feita pelo director da escola ou entre os próprios professores.
3. Progressão. Em geral os aumentos salariais são feitos em função do tempo de serviço.
Fonte: Texto presente no blogue de Ramiro Marques. No entanto os sublinhados são da responsabilidade deste blogue.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Manifesto Anti-Dantas

9º Congresso FNE - Lisboa


A Federação Nacional da Educação (FNE) reconhece ter perdido visibilidade ao integrar a Plataforma Sindical de Professores e avisa que no futuro serão necessários acordos para impedir que alguns sindicatos se sobreponham a outros injustificadamente.
A afirmação foi feita pelo secretário-geral do sindicato, João Dias da Silva, durante o 9º Congresso da FNE, que decorreeu entre 10 e 11 de Maio na Culturgest, em Lisboa.



João Dias da Silva afirmou ter sido sempre preocupação do sindicato encontrar espaços de unidade e convergência na acção, com outras organizações que partilhem os mesmos valores.
Nesse contexto, lembra que participaram em várias acções de luta juntamente com outros sindicatos, nomeadamente quando aderiram à Plataforma Sindical de Professores, constituída para fazer face à proposta de revisão do Estatuto de Carreira Docente que o Governo apresentou e à "atitude antinegocial e de desdém do Ministério da Educação" (ME).

Contudo, Dias da Silva alega que "daqui resultou uma situação em que a FNE enquanto organização autónoma perdeu visibilidade, em nome da convergência encontrada".
O sindicalista afirma que a FNE tentou sucessivamente contornar a "situação de secundarização" em que a FNE caíra, mas sem sucesso.

Assim, independentemente dos resultados práticos obtidos, nomeadamente ao nível do entendimento alcançado com o ME do qual beneficiou a maioria dos docentes, resultou desta situação "alguns prejuízos" para a FNE e os seus sindicatos.
"Assim, eventuais reconstituições pontuais da referida Plataforma, no futuro, terão que exigir acordos prévios que impeçam supremacias injustificadas", defendeu.
João Dias da Silva foi reeleito secretário-geral da FNE durante este congresso, que aprovou ainda o plano de acção sindical até 2012.

Fonte: Lusa

terça-feira, 6 de maio de 2008

O professor do campo e o professor da cidade

Era uma vez um professor que ensinava no campo. O seu trabalho corria debaixo de uma felicidade e alegria contagiantes. Convidava os seus alunos a respirar o ar saudável do campo, abrindo as janelas da sala. Incentivava-os a mergulhar no silêncio de forma a poderem captar toda a vivência terrestre que os rodeava. Irmanava-se com eles na absorção dos cheiros que chegavam das cercanias.



A vida de professor e alunos era harmoniosa, trabalhosa e produtiva. O professor sentia-se livre e orientava os seus pupilos pelo caminho dos saberes e estes correspondiam positivamente. Professor e alunos conseguiam ignorar a falta de meios e instrumentos que podiam contribuir para a suprema felicidade escolar.


Era uma vez um professor que ensinava na cidade. Fechava as janelas da sala para impedir que o reboliço citadino impedisse a aquisição de saberes. Fechava as janelas para que a poluição não contaminasse as mentes sãs e ingénuas daqueles que queriam aprender mais...



O professor sentia-se um prisioneiro do espaço e dos saberes. Este espaço condicionava a aprendizagem pois não era livre, logo fragilizava a imaginação tenra.
Apesar de tudo alunos e professor conseguiam superar as dificuldades e iam aprendendo.
Um belo dia chegou uma ratazana feroz, devoradora e castradora das aprendizagens e em pouco tempo destruiu o professor do campo e o professor da cidade.
Os alunos sentiam-se perdidos, pois assistiam à chegada do ser ameaçador e mostravam-se impotentes para defenderem os seus mestres. Estes continuavam o seu trabalho, contudo manifestavam tristeza, perturbação, frustração, desânimo e pouca vontade e felicidade naquilo que faziam.
No entanto os mestres sabiam que a ratazana se mostrava imune às doses de veneno que ia recebendo. Porém quando tudo parecia certo e definitivo o bicho feroz e destruidor começava a dar sinais de perturbação. Serão as doses de veneno que a trazem neste estado...


A. Serip

sexta-feira, 2 de maio de 2008

História do Dia da Mãe


Segundo alguns historiadores, o Dia da Mãe está ligado às mais antigas festividades que decorriam na Grécia Antiga, aquando da Festa da Primavera, na qual se honrava a Mãe dos Deuses – Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses.

Em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos Deuses romanos, e as cerimónias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.

Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava no 4º Domingo de Quaresma (40 dias antes da Páscoa) um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.


À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa passou a homenagear-se a “Igreja Mãe” – a força espiritual que lhes dava vida e os protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas mães como a Igreja.

O “Dia da Mãe” tal como o conhecemos hoje surgiu nos Estados Unidos de América através de Anna Jarvis.

Em 1904, quando a sua mãe morreu, decidiu homenagear a sua mãe chamando a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado a todas as mães.



Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e amigos. Nessa ocasião, a senhora Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.

Face à aceitação geral, a sra. Jarvis e os seus apoiantes começaram a escrever a pessoas influentes, como ministros, homens de negócios e políticos com o intuito de estabelecer um Dia da Mãe a nível nacional, o que daria às mães o justo estatuto de suporte da família e da nação.


A campanha foi de tal forma bem sucedida que em 1911 era celebrado em praticamente todos os estados. Em 1914, o Presidente Woodrow Wilson declarou oficialmente e a nível nacional o 2º Domingo de Maio como o Dia da Mãe.

Apesar de ter passado quase um século, o amor que foi oficialmente reconhecido em 1907 é o mesmo amor que é celebrado hoje e, à nossa maneira, podemos fazer deste um dia muito especial.

E é o que fazem praticamente todos os países, apesar de cada um escolher diferentes datas ao longo do ano para homenagear aquela que nos põe no mundo.

Em Portugal este dia já foi comemorado a 8 de Dezembro (Dia da Nossa Senhora da Conceição – Padroeira de Portugal).

Actualmente é celebrado no primeiro domingo de Maio, em homenagem a Maria, mãe de Cristo.